1.11.11

Sobre a conversa que não tivemos.


Foi rápida, duas ou três indagações.
Sua cara assustada, perdida,
tentando com o gaguejar explicar,
sem saber assim o que falava.
Minha cara embaraçada,
com os olhos esperançosos, vidrados disfarçadamente.
Assim devido pela inicial cerveja.
Eu com os olhos fitando-te,
mas no fundo olhando pra cima.
Analisando a divisão entre o teto e a parede.
E num momento, me perdi, admito,
e fiquei observando uma mancha clara, que antevia um buraco.
Na parede! Mas podia ser em seu argumento,
pois não era falho, visto que não existia.
E ficou assim, enfim.
Disse que, pois, não era pra ser,
que não sabia direito.
Com cara plastificada,
e com a sobrancelha levantada,
um ar de me desculpe.
Uma cara de perdida.
Segue a vida. Vou pro canto.
Persiste a duvida, a falha. A engenharia.
E passo outras caminhadas trabalhando nisso,
outros pré-sonhos filosofando a questão.
Em tempo, esquecerei, mudarei de foco.
Teria sido melhor,
não ter tido essa conversa.
Pois ainda bem que não a tivemos.

ROMERO, Murillo



3.9.11

Sentimento

Sinto algo tão diferente.
Algo que não sei explicar.
Uma paixão inerente,
que se formou devagar.


De começo: Utopia.
Tornou-se grande amizade,e partiste em anistia.Deixando um pouco de vontade.

Mas aos poucos foi crescendo,
e em grande estilo voltou.E tudo foi acontecendo,Até que a gente se beijou.

E fico sem atrapalhar,
sua calma evolução.E a sorrir e a sonhar,Se sente bem meu coração.

ROMERO, Murillo 2011



3.8.11

Cansei-me de ti.

Cansei-me de ti.
De tanto esperar.
Não a culpo por ser
Desprovida de amar.

Que tal se eu sair?
Com amigas pra um bar.
Uma dose de whisky,
Pra comemorar.

Não adianta vir
Elogios lançar,
Saudades dizer.
Mentiras clamar.

Já cansei de você.
De me rastejar.
Quero sorrisos ver.
E bocas beijar.

Falsas esperanças.
Á vida ressurgi
Guardo boas lembranças.
Sigo a sorrir.

Cansei-me de ti.

ROMERO, Murillo

16.5.11

Tarde de Domingo

As vezes pareço muito sereno por fora,
Mas sou um caos por dentro.
Gosto de fingir alegria,
Misturada com hiperatividade.

Sinto-me depressivo,
Com vontade de banhar-me em risos sinceros
Apesar de nunca o ter,
Sinto necessidade de orgulho correndo em meu sangue.

Percebo que teu ósculo,
Tem uma pitada de ironia
Que me arrasta sordidamente,
E me abandona no princípio.

Difícil, sem confiança.
Distraio-me, e, sigo.
Pois o amanhã
Pode ser um grande amigo!

ROMERO, Murillo 2011

3.4.11

Acalanto da Mente

Ao fazer as malas sinto um mau sentimento.
Na cama, que juntos estivemos, deito
Fecho os olhos numa recordação, uma súplica
Você está do meu lado, e me sinto perfeito.

É tão simples, e fugaz o tempo.
E tão forte e corrosiva a saudade,
Que me perco, sofro, e penso como louco.
Querendo te com intensa voracidade.

Caminho pelas vielas,
E em cada passo, em cada coisa que faço
Lembro de teu cabelo dourado
E das vezes que, por ti, me sentia tragado.

Se o tempo passa,
Pra mim é o contrário, o tempo é como um calvário.
E me seguro em teu belíssimo sorriso.
Que beira ao inexplicável, sinto falta, me é preciso.

Queria novamente estar perto de ti.
Deitar ao teu lado, e cantar de um modo diferente.
Que só eu sei, e não o sei como o faço.
Um acalanto pra você dormir.
E te segurar pra sempre em meus braços.

ROMERO, Murillo


5.2.11

ver Nada.

Passa os dias e nada faço,
Flutuo a alma por aposentos.
Durmo muito por poucos tempos.
Prendo a alma com um simples laço.

A saudade, do ócio, me vem,
E em sonhos ultrapasso estradas
Com um singelo par de mãos dadas.
Acordo com a falta de alguém

És de ontem uma antiga paixão.
Se pudesse tu, triste solidão,
Aproximar-me da terra nativa

Ver o sorriso teu que cativa.
Mas tenho os pés no chão, e passo
Os dias a observar a lua de verão.

ROMERO, Murillo