3.4.11

Acalanto da Mente

Ao fazer as malas sinto um mau sentimento.
Na cama, que juntos estivemos, deito
Fecho os olhos numa recordação, uma súplica
Você está do meu lado, e me sinto perfeito.

É tão simples, e fugaz o tempo.
E tão forte e corrosiva a saudade,
Que me perco, sofro, e penso como louco.
Querendo te com intensa voracidade.

Caminho pelas vielas,
E em cada passo, em cada coisa que faço
Lembro de teu cabelo dourado
E das vezes que, por ti, me sentia tragado.

Se o tempo passa,
Pra mim é o contrário, o tempo é como um calvário.
E me seguro em teu belíssimo sorriso.
Que beira ao inexplicável, sinto falta, me é preciso.

Queria novamente estar perto de ti.
Deitar ao teu lado, e cantar de um modo diferente.
Que só eu sei, e não o sei como o faço.
Um acalanto pra você dormir.
E te segurar pra sempre em meus braços.

ROMERO, Murillo


5.2.11

ver Nada.

Passa os dias e nada faço,
Flutuo a alma por aposentos.
Durmo muito por poucos tempos.
Prendo a alma com um simples laço.

A saudade, do ócio, me vem,
E em sonhos ultrapasso estradas
Com um singelo par de mãos dadas.
Acordo com a falta de alguém

És de ontem uma antiga paixão.
Se pudesse tu, triste solidão,
Aproximar-me da terra nativa

Ver o sorriso teu que cativa.
Mas tenho os pés no chão, e passo
Os dias a observar a lua de verão.

ROMERO, Murillo




3.10.09

Anti-Herói

E a Honra pra onde vai?
E o olhar direto nos olhos de seu pai?
E o olhar direto nos olhos de seu filho?
Como se orgulhar de tão pouco brilho?

Se eu não causar inspiração,
Cá nesta situação, não serei feliz
Como olharei pra ponta do nariz?
E o contentamento ira me sepultar

Os tolos, por sentimentos
Ou por falta de ciência
Demonstram ter magnificência
Em errar na hora errada

Apenas o esforço seria necessário
Mas muitos já saíram machucados
Dos seus desleixos infundados
Duma vontade inócua de viver!

E digo aqui, sem rancor
Nem sentimento negativo
Um anti Herói definitivo
Na falta da ânsia da ambição

ROMERO, Murillo


20.9.09

Poema Lerdinho
.
Oh poeta do trópico oposto,
Por seres poeta caminho convosco
E com essas rimas começo então
Um poema escrito por mais de uma mão!
.
Se o caminho for incerto,
Se a estrada, do nunca e do não,
Tendo o poeta de lá por perto,
Seus passos não serão em vão...
.
E nesse complexo mundo
De loucas sensações de prazer
O sentimento mais profundo
Ao longe o poeta consegue ver
.
Em momentos de mutua tristeza
Aconchegam-se, cálidos em seu lirismo,
A felicidade, inconsequente, vira a mesa.
Saem juntos, fortes, do fundo do abismo.
.
Presos a tempestade de sentimentos,
Desejos perdidos em vendaval constante.
Guardam para eles o melhor do vento.
Deixando para trás o frio cortante
.
Escrevem porque escrevem
Queira ou não acredite você
Escrevem, pois são poetas
.
Poetas da noite e do dia
.
Sonham, embreagam-se de literatura
Acordam tontos com a melodia
Os versos? Sua armadura
Escrevem em total sintonia
.
Rimam por rimar...
.
Escrevem porque sabem amar...
.
ROMERO, Murillo
ULRICH, Vinícius


25.8.09

Sombra
.
A alameda escura,
É grande e trás medo
Mas minha límpida alma pura
Caminha-na com sossego.
.
Caminha sim sozinha
Acompanhada da penumbra
Avisto ao longe uma luz fraca
A Esperança moribunda.
.
Seria a crescente luz
Necessária para a lucidez?
Desvio da rota que me conduz
E que me causa embriaguez.
.
Não bem sei o que procuro
Mas procuro no escuro
Um bar. Um amigo. Uma Saudação
Preciso tirar a sombra do meu coração!
.
ROMERO, Murillo 2009


24.8.09

Sepulcro da Mentira
.
Caí a mascara,
Morre atores,
E vis senhores
Em mor-desgraça
.
Em seu velório
Muitos choram
Não por essa
Mas pela peça
.
Apunhalou o desfeliz
Pouco se restou:
Um sorriso,
E uma cicatriz


ROMERO, Murillo

16.4.09

Das inutilidades da vida

Das inutilidades da vida
.
Debalde acordei
Pois ainda era cedo
Debalde pensei
Mas estive com medo!
.
Debalde sorri
Com singela ironia
Debalde escrevi
Uma longa poesia
.
Debalde lutei
Debalde corri
O inimigo encarei
Mas jamais o venci!
.
A coragem me veio
Debalde novamente
Me aperto no teu seio
Numa suplica eloquente
.
Se tudo que fizestes
Por mais vão que seja
Debalde é que não faz
Inútil, quem não peleja!

ROMERO, Murillo